Os visitantes que se encontram no Muro das Lamentações e olham para cima, para as imensas e antigas pedras - os últimos remanescentes do Templo em Jerusalém – estão quase sempre cercados por pessoas: alguns vieram para celebrar o Bar Mitzvah, outros para tirar fotos antes do casamento ou simplesmente para colocar um bilhete com uma oração sincera nas fendas entre as pedras. Mas eles sentem a energia não só do "momento", mas também do grande número de pessoas que durante séculos vieram a este lugar, que é o lugar mais sagrado no mundo para o povo judeu.
O Muro das Lamentações foi parte do prédio mais magnífico que já existiu em Jerusalém. Foi uma das quatro paredes que Herodes, o Grande construiu para suportar a praça de 144.464.82 metros quadrados na qual o Templo foi erguido. Tinha quase 500 metros de comprimento - o resto ainda pode estar dentro dos Túneis do Muro das Lamentações. Originalmente tinha cerca de 30 metros de altura e chegava a ter cerca de 20 metros subterrâneos.
Mas não é por causa da sua grande arquitetura que o Muro das Lamentações se tornou uma parte inseparável do povo judeu. O Rei Salomão, que construiu o Primeiro Templo o disse da melhor forma, com estas palavras: ‘"... ‘Aqui estará o meu nome! ’ Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar. Ouve as súplicas de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem. Escuta-os desde tua morada no céu...” (1 Reis 8:29-30).
Foi Abraão o primeiro a conectar o povo judeu com Jerusalém, quando ofereceu Isaque em sacrifício no Monte Moriá, o Monte do Templo, agora sob a esplanada atrás do Muro.
A rocha da oferta do sacrifício, sobre a qual a Cúpula da Rocha foi construída no final do século VII, é conhecida na tradição judaica com a Pedra Fundamental do mundo.
O Rei Davi comprou esta terra; e no ano de 586 a.C, o Primeiro Templo de Salomão foi destruído pelos babilônios; Herodes expandiu o Segundo Templo, que foi queimado pelos romanos em 70 d.C, exceto, diz a lenda, pelo Muro das Lamentações, o Muro Ocidental. Foi quando os sábios do Talmude começaram a ensinar: "Este é o Muro Ocidental do Templo, que nunca é destruído porque o shechina [a presença Divina] está no oeste" (Bamidbar Rabah 11:63).
O Muro recebeu o nome – Muro das Lamentações na idade média, pois os judeus foram vistos ali, lamentando a destruição do Templo. A lenda diz que em Nove de Av, o aniversário da destruição do Templo, o orvalho que brilha sobre as pedras é o Muro em si que está a chorar.
Durante 19 anos, de 1948 a
1967, quando Jerusalém foi dividida, os judeus foram separados do Muro.
Mas, então, na Guerra dos Seis Dias em 7 de junho de 1967, Jerusalém
foi reunida. Desde então o Muro
das Lamentações se tornou não só o símbolo das glórias do passado e um
lugar para se entregar um pouco, na forma de bilhetes com orações e
bendições, mas também um símbolo do amor e da devoção do povo judeu pela
sua Cidade Santa, agora e para sempre.
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